John L. Taylor,
em 100 Ideias para Ensinar Filosofia e Ética, da editora Vozes, fornece aos professores do
ensino médio, algumas instruções práticas para que o aprendizado da filosofia
seja prazeroso e produtivo ao mesmo tempo. Para ele, os professores deveriam
empreender com os alunos uma jornada de pesquisa. Acha que o trabalho do
educador é proporcionar aos alunos ferramentas de que precisam para pensar pela
própria cabeça.
O livro está
dividido em 8 partes:
1) Pontos de partida (1 a 12)
Os professores
deveriam ensinar filosoficamente, isto é, à semelhança de Sócrates, que se
valia das perguntas, cujo diálogo se realizava em dois momentos: ironia e
maiêutica. As perguntas são feitas para iniciar uma conversa; a conversa é a
base da filosofia. Em filosofia, digamos não ao monólogo.
2) Encorajar
a pesquisa (13 a 33)
O método da
dúvida é o ponto de partida para a descoberta da verdade. Não é porque todos
pensam de um certo modo que aquilo se torna uma verdade. Observe Descartes:
preferia rejeitar muitas verdades a aceitar um erro. Lembre-se de que os
paradoxos estimulam o pensamento filosófico. Conversar sobre sonhos mostra
diferença entre como as coisas são e como podem ser.
3) Falando de
filosofia (34 a 45)
As melhores
aulas são aquelas em que a classe investiga um determinado tema. É preciso
lidar com os extremos: uns alunos falam demais, outros não dizem nada. Os jogos
cerebrais são um ponto de partida para discussão filosófica. Uma vez que os
alunos tiverem reconhecido as ideias filosóficas com quais concordam, o passo
seguinte é o debate. A regra de ouro das apresentações verbais é: menos é mais.
4) Leitura e
pesquisa (46 a 53)
Antes de avaliar
um argumento, procure descobrir qual é o argumento. Lembre-se de que a pesquisa
começa sempre com perguntas. Nesse caso, o conceito dos cinco Ws - quem, quê,
onde, por que e quando? - é muito útil para iniciar o trabalho. A pesquisa é
muito mais fácil quando a gente acha uma boa fonte para começar.
5) Argumento
filosófico (54 a 70)
Investigar o
significado de uma palavra é uma boa maneira de adentrar a discussão filosófica.
Não caia na armadilha de pensar que toda palavra tem apenas um significado.
Comparar e contrastar. Trabalhar em colaboração para refinar a definição.
Exercitar na trinca de palavras. Exemplo: fé, crença e confiança. Basta apenas
um cisne negro para refutar a afirmação de que todos os cisnes são brancos.
Cuidado com as falácias.
6) Escrevendo
filosofia (71 a 81)
Imagine que você
está levando o seu leitor a uma viagem. Use sempre a ACA
(Argumento/Contra-Argumento/Avaliação) em seus ensaios. Lembre-se do princípio
da caridade: seja tolerante para com os escritos dos outros. O Feal (Formule,
explique, aplique, ligue) é muito útil nos parágrafos escritos. Sinalize ao
leitor: é bom saber para onde estamos indo; há sempre alguém que irá ler o que
escrevemos.
7) Projetos
de filosofia (82 a 91)
Eis um tema
interessante para um projeto: "Pode a ciência explicar a natureza da
felicidade?" É a pergunta que leva o projeto adiante. Procure a pergunta
correta e terá meio caminho andado. Escreva enquanto avança no trabalho. A
tática da tentativa e erro é muito salutar, pois podemos ir, paulatinamente,
mudando aquilo que não condiz com os objetivos do trabalho.
8) Para além
da sala de aula de filosofia (92 a 100)
Um clube de
filosofia permite que um aluno explore um assunto junto com os outros. Convidar
um filósofo para visitar a escola e dar uma palestra é uma boa maneira de
estimular os alunos. Um ambiente virtual de aprendizagem (AVA) é uma excelente
ferramenta para o alunos desenvolverem suas habilidades de raciocínio e debate.
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