09 maio 2012

Alcibíades

Platão (427-347 a.C.) descreve, neste texto, um encontro entre Sócrates e Alcibíades, jovem célebre por sua beleza e ambição.

Problemática: Alcibíades justifica seu desejo de poder, não por sua família e suas relações, mas por suas competências. Como bom democrata, acha que o poder (ou a política) resume-se na prática da justiça. Incapaz de definir a justiça, Sócrates vai ao seu encontro e o auxilia, dizendo que a justiça fundamenta-se no conhecimento de si mesmo.

As Teses

O saber necessário à política: “conhece-te a ti mesmo”. O conhecimento de si mesmo é essencialmente a tomada de consciência da própria ignorância. É, também, saber distinguir o que nos pertence daquilo que nos é adventício. “Conhecer-se a si mesmo é distinguir-se do que pertence a si mesmo, repor cada coisa em seu justo lugar”.

Para governar cidadãos, é preciso governar a si mesmo. Aquele que governa a si mesmo adquire a virtude, porque aprendeu a cuidar de si mesmo. Esta virtude lhe dá condições de governar os outros, porque não o fará em beneficio próprio, mas por causa do bem comum.

Partilhar a virtude com os cidadãos. A política é muito mais arte do que ciência. É a arte de equilibrar os desejos e ambições dos cidadãos. Ele merece reinar porque cria laços de amizade com os cidadãos. “Uma cidade governada por um homem virtuoso e livre (nem escravo nem tirano) é bem mais sólida do que uma cidade defendida por armas ou riquezas”.

Fonte de Consulta

CAMUS, Sébastien et al. 100 Obras-Chave de Filosofia. Tradução de Lúcia Mathilde Endlich Orth. 2. ed., Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

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