Lembre-se
da dicotomia do controle.
Algumas coisas dependem de nós, outras não. Dedique sua atenção ao que você pode
controlar, como o desenvolvimento do caráter bom, e não em elementos do acaso
ou da Fortuna, que escapam ao seu controle.
Lembre-se
do papel do juízo.
As coisas em si não nos irritam. São o juízos ou opiniões sobre elas que causam
sofrimento.
Contemplação
do sábio. Imagine
que uma pessoa sábia como Sócrates está observando suas ações. Ao enfrentar uma
situação difícil, pergunte-se como essa pessoa sábia reagiria.
Diário
filosófico. Crie
seu próprio caderno de meditações e ensinamentos estoicos, como Marco Aurélio
fez, com lembretes para si mesmo. Pegue as ideias filosóficas centrais e as
reformule com suas próprias palavras, ou detalhe em seu diário como você pode fazer
uso delas.
Reavaliação
diária. Ao fim de cada dia, reflita
sobre suas ações. Faça a si mesmo as seguintes perguntas: O que eu fiz bem? O
que fiz mal? Como posso melhorar? O que deixei de fazer?
Transforme a adversidade em algo melhor. Quando você encontrar a
adversidade, transforme-a em algo melhor. É possível criar o bem em qualquer
situação, se reagirmos com virtude.
Premeditação
da adversidade. Imagine
brevemente quaisquer adversidades que você poderá enfrentar no futuro. Depois,
deixe os pensamentos se dispersarem. Ao contemplar as adversidades
antecipadamente, você tira o poder delas, caso venham mesmo a acontecer.
Cláusula
de reserva estoica. Quando
você iniciar um projeto, viajar, fizer um planejamento, diga a si mesmo:
"Aceito o destino." Tenha em mente que, apesar de suas intenções
serem as melhores, algo fora do seu controle pode interferir nos seus planos.
Contemplação
do todo. Perceba
que você é apenas uma parte minúscula de um universo inteiro, mas, ainda assim,
parte do universo. Por um momento, abra sua mente para abarcar todo o cosmos e
vivencie sua conexão com o todo.
Visão do
alto. Imagine que você está muito
acima da Terra, no espaço, olhando-a do alto. Então lembre-se de como seus
problemas pessoais são pequenos no grande esquema das coisas.
Contemplação da mudança. Medite sobre como todas
as coisas na natureza estão em constante mudança, e como tudo passa por uma
transformação contínua por períodos curtos ou longos.
Contemplação da impermanência. Perceba que tudo que você
possui lhe foi dado por empréstimo. Lembre-se de que é certo apreciar os dons
da Fortuna enquanto eles estão conosco, emprestados, mas que um dia teremos de
devolvê-los.
Memento mori. Reflita sobre sua própria condição mortal, a condição das pessoas que
você ama como seres mortais, e sobre a morte como sendo apenas o estágio final
e natural de estar vivo. Agradeça pelo tempo que você tem pela frente e se
esforce para usá-lo com sabedoria.
Viva com
gratidão.
Perceba, a cada dia, que tudo que você tem é um presente do universo. No fim da
vida, olhe para tudo que viveu como uma dádiva, com o sentimento de gratidão.
Viva no
momento presente. Não
permita que sua mente se antecipe ou se preocupe com o futuro, pois isso é
fonte de ansiedade. Em vez disso, planeje o futuro de forma racional e
lembre-se de que o momento presente é tudo que temos. Caso comece a sentir
ansiedade, tenha consciência disso e volte sua atenção para o presente. Lembre-se
de que, quando o futuro chegar, você enfrentará os acontecimentos com a mesma
racionalidade que enfrenta hoje.
Aja pelo
bem comum.
Lembre-se de que você é parte da comunidade humana e de que nascemos para
ajudar uns aos outros. Lembre-se de agir pelo bem das outras pessoas.
Analise
suas impressões com cautela. Não
aceite as coisas por seu valor aparente nem faça juízos precipitados. Recue um
passo e tenha cautela ao analisar as evidências antes de formar uma opinião. Se
as evidências não forem firmes o suficiente, interrompa totalmente qualquer
juízo.
FIDELER,
David. Um Café com Sêneca: Um Guia
Estoico para a Arte de Viver. Tradução de Heci Regina Candiani. Rio de Janeiro:
Sextante, 2022
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