Thomas More
(1478-1535), nascido na Inglaterra, desempenhou muitas funções, entre as quais,
homem de estado, diplomata, advogado, Chanceler do Reino e escritor. Em nove de
maio de 1935 foi canonizado como santo pela Igreja Católica. Dado o seu tempo
exíguo, pois tinha que cuidar das coisas do Estado e da família, escrevia
roubando tempo do sono e de suas refeições.
Thomas
More estudou em Oxford, onde conheceu e se correspondeu com Erasmo de
Roterdã, autor de “Elogio da loucura”. Eram leitores dos filósofos
clássicos e, em virtude das ideias do estoicismo e do epicurismo, passaram
a contestar a tradição escolástica. O pano de fundo era incentivar as
pessoas a terem liberdade do pensamento.
A Utopia de Thomas More descreve uma ilha imaginária
permeada de justiça, liberdade e igualdade. Lugar totalmente oposto ao que
vivia na Inglaterra, governada pelo rei Henrique VIII. Como essa sociedade era
organizada de modo racional, seus habitantes não seriam enviados para guerra, a
não ser em caso extremo. A palavra "utopia" carrega
significados ambíguos: como lugar inexistente ou, ainda, como lugar de
felicidade.
Ronaldo de
Oliveira Batista, doutor em linguística, no seu prefácio, resume o objetivo do
livro:
"Fim da propriedade individual e permanente, implicando com isso a troca periódica das residências, que são sorteadas. Aquisição do necessário para a subsistência, sem exigência de pagamento para o que for consumido. Eleições para cargos de autoridade, inclusive para o príncipe. Senado e assembleias populares discutem leis, posteriormente votadas. Liberdade religiosa, com respeito às diferentes crenças. Cursos para aprimoramento intelectual dos habitantes, que assim também evitavam a ociosidade. Ausência do sentimento de posse, uma vez que há compartilhamento entre os indivíduos e famílias".
More defendia a
crença na imortalidade da alma, numa vida após a morte do corpo físico, e nas
recompensas futuras.
MORE, Thomas. A Utopia. Tradução de Alda Porto. São Paulo: Martin Claret, 2013. (Coleção a obra-prima de cada autor)
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