“A virtude é a saúde da alma.” Aríston
Aríston, o desafiador (306 a. C.- 240 a. C.),
natural de Assos, Quios.
Considerado um
controverso discípulo rebelde, que por pouco não mudou por completo o rumo
da filosofia estoica.
Cleantes era o aluno preferido de Zenão
e, em 262 a.C., o sucessor escolhido por ele. Aríston era um filósofo
igualmente promissor, e muito menos passivo e discreto. Foi apelidado de
“sereia” pelo poder de encantar audiências, ao mesmo tempo que as desencaminhava.
Desafiador era uma alcunha mais apropriada, pois ele estava
sempre questionando e minando muitos pontos da doutrina do estoicismo antigo,
incluindo as suas regras práticas para o cotidiano.
Em que discordava? Do papel dos
preceitos, ou regras práticas, que determinavam o que deveríamos ou não fazer,
por exemplo, sobre casamento, criação dos filhos, insultos etc. Tais regras
eram úteis, mas não passavam de muletas que impeliam as pessoas a seguir um
roteiro para as dificuldades da vida.
Aríston queria que seus alunos se
preocupassem com um único ponto, queria lhes oferecer uma estrela-guia: a
virtude. A virtude era o único bem que não gerava confusão de espécie
alguma. Tudo o mais não valia a preocupação. Pregava a total indiferença a tudo
que estivesse entre a virtude e vício, sem quaisquer exceções.
A escola de Aríston aboliu os tópicos
de física e lógica. O primeiro estava além da nossa capacidade e o segundo não
valia a pena. Apenas a ética importava, apenas a virtude.
Resumindo: esqueça os preceitos. Não fique refletindo sobre
regras. Apenas faça. Na vida, o que importa são os momentos que nos
aproximamos da virtude.
Fonte de Consulta
HOLIDAY, Ryan e HANSELMAN,
Stephen. A Vida dos Estoicos: A Arte de Viver, de Zenão a
Marco Aurélio. Tradução de Alexandre Raposo e Luiz Felipe Fonseca. Intrínseca,
2021.