“O verdadeiro pensador crítico admite o
que pouca gente está disposta a reconhecer: que não deveríamos confiar
comumente em nossas percepções e memória”. (James E. Alcock)
Diariamente, lemos e ouvimos os
noticiários dos jornais. As notícias pululam velozmente. Conforme for a
aceitação do público, elas continuam na mídia; depois de algum tempo, caem no
esquecimento. Por detrás de uma informação, há o interesse político e o da
mídia de um modo geral, de sorte que a verdade nem sempre está à vista. Normand
Baillargeon, em seu livro Pensamento Crítico: Um Curso Completo de
Autodefesa Intelectual, discorre sobre este assunto.
Joseph Goebbels, ministro nazista de
Informação e Propaganda do governo do III Reich, disse: “À custa de repetições
e da ajuda de um bom conhecimento do psiquismo das pessoas envolvidas, deveria
ser possível provar que um quadrado é de fato um círculo. Porque afinal o que
são “círculo” e “quadrado”? Simples palavras e as palavras podem ser usadas até
tornarem irreconhecíveis as ideias que veiculam”.
Para fazer uma crítica, não basta pegar
a definição dada pelo dicionário, pois o dicionário fornece convenções de uma
sociedade relativas ao uso das palavras, convenções explicitadas com o uso de
sinônimos. A etimologia da palavra também não ajuda muito, pois o seu
significado muda com o tempo. Importa mais procurar uma definição conceitual.
Os números e os gráficos também podem
deformar a verdade; basta apresentá-los segundo um dado interesse. Observe a
frase de Benjamin Dereca: “Existem três tipos de pessoas: as que sabem contar e
as que não sabem”. Qual o enigma dessa frase? Benjamin Dereca está querendo nos
mostrar que alguém não sabe contar, pois começa afirmando que há três tipos de
pessoas, mas só cita dois.
Argumentar não é
discutir. Discussão envolve opiniões. Argumentar é buscar a lógica da
verdade.
Fonte de Consulta
BAILLARGEON, Normand. Pensamento
Crítico: Um Curso Completo de Autodefesa Intelectual. Tradução de Patrícia
Sá. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
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