08 janeiro 2025

Filosofia como Esclarecimento

 A verdadeira filosofia consiste em reaprender a ver o mundo. (Maurice Merleau-Ponty)

Maneiras de se entender a filosofia como um processo de esclarecimento: autoconhecimento e reflexão crítica; busca pela verdade; análise do mundo e da realidade; desafiar o status quo e a autoridade; pensamento sistêmico e profundo; liberação de preconceitos e ignorância.

Filosofia. Proveniente do grego, significa amor à sabedoria. A atividade filosófica busca respostas para o conhecimento, a existência, a razão, Deus... Esclarecimento. Este termo possui diversas acepções, mas em seu sentido mais amplo, refere-se ao ato de iluminar, de tornar claro e compreensível algo que antes era obscuro ou desconhecido. Na filosofia, o esclarecimento está ligado à busca pela razão, à libertação do pensamento e à construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Tratar a filosofia como esclarecimento envolve abordá-la como uma ferramenta que visa promover o entendimento profundo, a reflexão crítica e o questionamento sobre os aspectos fundamentais da vida, do conhecimento, da ética, da política, da verdade e da existência. O esclarecimento filosófico busca expandir a mente humana, levando à reflexão e ao entendimento mais apurado das questões que cercam o mundo e nossa vivência nele.

Em termos históricos, devemos nos reportar à Grécia Antiga, quando alguns pensadores começaram a questionar mito para, em seguida, analisar tudo sob o guante da razão, da racionalidade.

Eis alguns desses pensadores:

Sócrates: Ele acreditava que o processo de questionar, investigar e refletir constantemente era essencial para atingir um nível mais elevado de compreensão e sabedoria.

Immanuel KantO filósofo tradicionalmente desafia as normas estabelecidas e questiona a autoridade. Isso está ligado ao conceito de esclarecimento que Immanuel Kant desenvolveu em seu famoso ensaio "Resposta à Pergunta: O que é o Esclarecimento?". Ele disse que o esclarecimento é a capacidade de sair da menoridade, ou seja, do estado de dependência das ideias de outros, buscando a autonomia intelectual. A filosofia, assim, age como um meio de libertação mental, permitindo que os indivíduos pensem por si mesmos.

Friedrich Nietzsche: Ele via a filosofia como uma maneira de questionar as normas sociais e os valores estabelecidos, incentivando o indivíduo a criar seus próprios valores e buscar um entendimento mais profundo de si mesmo.

Entendamos, assim, que a filosofia não é apenas um conjunto e teorias abstratas, mas uma prática de vida que aspira ao desenvolvimento da razão, e à construção de uma visão crítica do mundo e de nós mesmos.



07 janeiro 2025

Chesterton, Gilbert Keith

Gilbert Keith Chesterton (1874-1936), nascido em Londres, foi escritor, poeta, crítico de arte, jornalista, teólogo... Sua vasta obra, em torno de 80 livros, abarca desde os clássicos de seu pensamento crítico e apologético como Ortodoxia e O Homem Eterno até ficções como O Homem que Foi Quinta-Feira, além dos muitos livros de seu renomado detetive, Padre Brown.  Sua obra teve considerável influência sobre nomes que vão desde C. S. Lewis até Jorge Luís Borges.

Convertido do anglicanismo ao catolicismo, é também considerado filósofo e teólogo pela profundidade de suas reflexões sobre a fé e o mundo moderno.

Escreveu nos mais variados estilos de texto, indo da fantasia e dos contos que inspiraram a criação do famoso Sherlock Holmes a tratados de filosofia e teologia. Criou uma teoria econômica não socialista e não capitalista, chamada distributismo (ou distributivismo). E existe até oração que pede por sua canonização. 

Seu trabalho alcançou todo o mundo e rendeu-lhe elogios de intelectuais das mais distintas filiações políticas, desde socialistas a apologistas católicos. A quantidade de escritos que deixou é espantosa, considerando sua idade. 

Em seu livro Autobiografia, Chesterton confessa seu fascínio diante do mistério da criação, e demonstra seu agradecimento pelo milagre da vida:

“Um homem não se torna velho sem que o aborreçam; mas eu envelheci sem aborrecer-me. A existência é ainda uma coisa estranha para mim, e, como a um estrangeiro, dou-lhe as boas-vindas. Para começar, ponho o princípio de todos os meus impulsos intelectuais diante da autoridade à qual vim ao final, e descobri que estava aí antes que eu a pusesse. Encontro-me ratificado na minha realização deste milagre que é estar na vida; não de modo vago e literário, como o que usam os céticos, mas num sentido definido e dogmático: o de ter recebido a vida pelo único que pode fazer os milagres.”

Esse único que pode fazer milagres não é outro senão Jesus Cristo, a manifestação criativa e salvífica de Deus, a única ponte entre os homens e o Criador. Em Cristo, Chesterton encontrou abrigo e sua fortaleza.

Fonte de Consulta

100 Frases de G. K. Chesterton

WIKER, Benjamin. 10 Livros que Todo Conservador Deve Ler: Mais Quatro Imperdíveis e um Impostor. Tradução de Mariza Cortazzio. Campinas, SP: VIDE Editorial, 2016.