20 fevereiro 2024

Feuerbach, Ludwig

Ludwig Andreas Feuerbach (1804-1872), desde a juventude, teve sua vida marcada pelas questões religiosas. Quarto filho do célebre jurista Paul Anselm Feuerbach, ele nasceu na cidade bávara de Landshut, em 1804, onde cresceu em um ambiente da alta burguesia e cedo desenvolveu interesses intelectuais. Sua vida melhorou, em 1837, depois que se casou com Berha Löw, filha de um rico industrial.

Hegel afirmava que a filosofia e a teologia tratam do mesmo tema: a realidade representa uma ordenação regular, permeada pela razão, descrita metaforicamente na religião cristã revelada e totalmente acessível a um conhecimento racional. Feuerbach teve conhecimento dessa filosofia. Além disso, Daub, em sintonia com a tese hegeliana, ensinava que todos os milagres bíblicos e os dogmas eclesiásticos podiam ser racionalmente justificados. Tudo isso o desencorajou da aspiração profissional de se tornar pastor.

Com sua obra A essência do cristianismo, Ludwig Feuerbach explica porque a religião é humana e Deus não é o criador dos homens, mas, em vez disso, os homens são seus criadores. No último capítulo de seu livro escreve: “Demonstramos que o conteúdo e o objeto da religião são totalmente humanos, que o mistério da teologia é a antropologia e o do ser divino, o ser humano”.

Em A essência do cristianismo, demonstra o seu propósito terapêutico de libertar os homens das projeções do além e das ilusões, bem como de fixar a religião naquele que, segundo sua opinião, é o seu lugar: o coração e o ânimo do homem. Foi a partir do estudo de Hegel que Feuerbach desenvolveu a rejeição à existência do além e a convicção de que Deus e o mundo formam uma unidade.

Em se tratando da imortalidade, dizia que esta poderia existir apenas para o espírito humano como um todo, portanto, para o gênero, mas não para o indivíduo.

Para Feuerbach, toda a religião é uma antropologia invertida. Segundo ele, as qualificações de Deus nada mais são do que as ideias tipicamente humanas. Deus é onisciência, porque conhecer e saber são valores imensamente apreciados pelo gênero humano; é amor, porque todos nós amamos e gostaríamos de amar mais; é justiça, porque essa é a virtude de que mais sentimos falta.

Fonte de Consulta

ZIMMER, Robert. O Portal da filosofia: Uma Breve Leitura de Obras Fundamentais da Filosofia Volume 2. Tradução Rita de Cassia Machado e Karina Jannini. São Paulo: Martins Fontes, 2014.



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