O helenismo ganha
força a partir das expedições de Alexandre Magno ao Oriente que, após realizar
grandes conquistas, põe em cheque o status quo da Pólis (Cidade-Estado).
O ideal da Pólis é substituído pela ideal “cosmopolita”, em
que o mundo inteiro é uma Pólis e não somente a Cidade-Estado.
O homem-citadino perde a sua capacidade de intervenção na vida política e
é substituído pelo homem-indivíduo, aquele que cuida apenas da vida privada,
apenas de si mesmo.
As filosofias
platônicas e aristotélicas tornaram-se desatualizadas. A exceção estava na
filosofia socrática, que incentiva o ser humano a voltar-se para si mesmo. Exigiam-se
novas filosofias, as quais deveriam ter um cunho prático. Estas, ao se
formarem, difundiram-se em vários lugares, transformando-se em cultura
helenística. O centro da cultura passou de Atenas para Alexandria. O
epicurismo, o estoicismo e o ceticismo surgem dentro desse novo contexto.
Para Epicuro (341-270
a.C.), materialista e fundador do epicurismo, não existe nem
imortalidade nem um “mais além”. A morte do indivíduo é morte do corpo e da
alma. Apesar do seu materialismo, pregava que não se devia temer a morte. O
importante é a vida, que se fundamenta na busca do prazer, não do prazer
hedonista. O ideal é alcançar a ataraxia — “a tranquilidade do
espírito que evita cair na dor decorrente da carência ou do excesso de
prazeres — e a autarquia — auto-suficiência, não depender de nada a
não ser de si mesmo, encontrar satisfação com pouco, uma vez que o desejo de
abundância nos torna dependentes do objeto”.
Zenão de Cicia
(335-264 a.C.) foi o fundador do estoicismo. Para o estoicismo, o
mundo é regido por uma lei universal, o logos, a razão. O ser
humano, sendo parte desse mundo, deve se submeter à lei universal. A vida, de
acordo com a razão, é a vida do sábio, mas também do virtuoso. Em virtude dessa
lei, que é inexorável, o sábio só pode aspirar à ataraxia, ou seja,
à serenidade e imperturbabilidade do espírito.
Pirro de Élida
(365-275 a.C.) é o iniciador do ceticismo. A tranquilidade de
espírito aqui está na recusa de qualquer doutrina, pois ele considera que a
razão não pode penetrar na essência das coisas e prega a dúvida diante de todas
as questões. Pirro diz: já que nada sabemos com certeza sobre as coisas do
mundo, tudo deve nos deixar em absoluta indiferença — e que nada perturbe
nosso espírito. Esta é a sua ataraxia.
Fonte de Consulta
Temática Barsa -
Filosofia
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