A revista Superinteressante, edição 258 A, de novembro de 2008, relaciona várias sociedades
secretas, existentes ao redor do mundo. Por sociedade secreta, entende-se todo
grupo numericamente pequeno e fechado, geralmente constituído só de homens,
cujas atividades são exercidas à margem da sociedade circundante. O que as move
são as ideias mágicas e religiosas. Elas se mantêm secretas porque as
sociedades circundantes as combatem por julgarem que são nocivas aos interesses coletivos.
As sociedades
secretas sempre existiram. Por trás delas está o mistério, que é também o
elemento central das religiões. Cabe-nos distinguir o mágico do real na
pregação dessas sociedades. O bom senso obriga-nos a usar sempre a razão frente
à emoção. Quando não há equilíbrio poderemos resvalar no fanatismo e nas ideias
contrárias ao bem comum. É o que acontece com a maioria dessas sociedades secretas.
O fanatismo religioso acaba criando o homem-bomba que destrói outros seres
humanos.
As sociedades
secretas, analisadas pela revista, são: Maçonaria,
a influente rede internacional; Illuminati, a mais poderosa organização
subterrânea; Rosacruz, a irmandade mística que prega a busca
do conhecimento; Templários, os cavaleiros de Cristo que viveram
entre o céu e o inferno; Assassinos, Hassan bin Sabbah, o primeiro
terrorista islâmico da história; Cátaros, os hereges que foram queimados vivos
na Idade Média; Opus Dei, o
grupo da Igreja Romana que prefere viver nas sombras: Ku Klux Klan, o racismo
americano; Thule, a sociedade que cultuava a suástica
bem antes de Hitler; Máfias, as tradições da japonesa Yakuza e das
tríades chinesas; Shindo Renmei,
o terrorismo japonês que apavorou São Paulo nos anos 40; Conspirações, organizações de gente rica que planejam controlar o mundo; Skull and Bones,
a misteriosa sociedade secreta de Bush pai e Bush filho.
Vejamos uma
delas, o Opus Dei. Opus Dei
– do latim "Obra de Deus", foi fundado pelo sacerdote espanhol
Josemaria Escrivá em 1928. Trata-se de uma prelazia pessoal. Ela dá aos seus
membros o direito de seguir as ordens do prelado (o líder máximo do Opus, que
fica em Roma), em vez de obedecer à autoridade católica regional. Ela é acusada
de ultraconservadora, totalitária e conspiradora, inclusive com a instituição
do cilício, instrumento de tortura. Entre os defensores desta sociedade está o
jurista Ives Gandra Martins, que diz: "O Opus Dei
é uma entidade da Igreja Católica, cuja única finalidade é procurar o ideal da
vida e de serviço cristão no meio do mundo, mediante a santificação do trabalho
profissional, da família e dos deveres cotidianos".
A reportagem
sobre as sociedades secretas procura chamar a nossa atenção para os perigos,
que porventura possam advir das ideias desses grupos – políticos, religiosos,
científicos, místicos e terroristas. Um dos seus membros pode estar sentado ao
nosso lado, sem que o saibamos.