Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831) foi um filósofo alemão. O pano
de fundo de sua filosofia é o idealismo absoluto, que já fora ventilado por
outros filósofos, entre eles Schelling, mas somente com Hegel atinge a sua
maturidade. No pensar absoluto, há uma identidade entre sujeito e objeto:
"O absoluto é sujeito".
Dialética. Na filosofia antiga e medieval é um sinônimo da lógica ou da arte de
argumentação. Pode-se dizer que é a arte de discutir, a arte do diálogo. Como,
porém, não discutimos só com os outros, mas também conosco próprios, ela acaba
sendo considerada o método filosófico por excelência. Entre os gregos,
chamava-se ainda dialética à arte de separar, distinguir as coisas em gêneros e
espécies, classificar ideias para poder discuti-las melhor.
A dialética platônica diferencia-se da dialética hegeliana. A dialética
platônica encontra-se no mito da caverna: há homens voltados para o
fundo da caverna, que só veem sombras. Um deles se vira (o filósofo) e busca a
luz, ou seja, o conhecimento. Hegel, por sua vez, entende a
dialética da seguinte forma: 1) cada coisa seria a união de opostos; 2) cada
mudança origina-se em oposição (ou "contradição"); 3) qualidade e
quantidade mudam uma na outra.
Hegel parte da Tese — Ser, indeterminado, absoluto, pura
potencialidade, o qual deve se manifestar na realidade através da Antítese
— Não-Ser. Na contradição entre tese e antítese surge a Síntese —
Vir-a-Ser. Esse raciocínio é aplicado tanto à aquisição de conhecimento
quanto à explicação dos processos históricos e políticos. Para ele, a
verdadeira ciência do pensamento coincide com a ciência do ser.
Bunge, em seu Dicionário de Filosofia, critica a dialética
hegeliana:
- "As partículas elementais são os contra-exemplos da primeira
"lei". Cada caso de cooperação na natureza ou na sociedade
arruína a segunda. A terceira "lei" é ininteligível na forma
como se apresenta";
- "A única lei dialética: em cada processo qualitativo, ocorrem
(podem ocorrer) mudanças e, uma vez realizadas, novos modos de crescimento
ou declínio começam. Ela não envolve o conceito de contradição, que é
marca registrada da dialética".
Comparemos a dialética da ideia de Hegel à evolução do princípio
espiritual através da matéria, em Kardec. De acordo com Hegel, o espírito
evolui, passando por sucessivas sínteses, tal qual o desenvolvimento de uma
planta: semente, botão, fruto, novamente semente, ... De acordo com Kardec, os
Espíritos são criados simples e ignorantes e, em cada reino da natureza, vão
potencializando virtudes, até atingirem o estado de Espíritos puros, quando,
então, não terão necessidade de reencarnar novamente.
Fonte de Consulta
BUNGE, M. Dicionário de Filosofia. Tradução de Gita K.
Guinsburg. São Paulo: Perspectivas, 2002. (Coleção Big Bang)
TEMÁTICA BARSA - FILOSOFIA. Rio de Janeiro, Barsa Planeta, 2005.
Compilação: https://sites.google.com/view/temas-diversos-compilacao/hegel-e-a-dial%C3%A9tica